quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mistérios do Corpo e da Alma



Escultura: Salvador Dalí - Egg
Quando nascemos neste mundo o nosso corpo é construído a partir de uma única célula, o óocito, que resulta da junção de um princípio passivo, o óvulo materno, e um princípio atívo, o espermatozóide paterno, que se unem para dar progresso a uma nova vida, pela junção das duas forças mais básicas da natureza: O estático e o movimento.
A partir daí é construída a estrutura orgânica a que chamamos de corpo, com seu equilíbrio perfeito entre o metabolismo interno, a viabilidade da vida, e a capacidade deste corpo de sentir e interagir com o mundo exterior através de suas janelas da alma, os sentidos do corpo. Este desenvolvimento perfeito não se dá apenas a nível físico, junto com a matéria física das células um pouco da divindade pessoal de cada pai se une na fecundação e esse novo embrião de alma se fixa à aquela matéria orgânica, a qual vai dar suporte para o seu desenvolvimento e vai propiciar meios de essa alma crescer e evoluir para se tornar um espírito forte e repleto de qualidades, que irão guiar o corpo durante todo o trajeto de vida da pessoa.
A maneira que o corpo tem de se ligar à alma, e vice-versa, é através do campo áurico que se estabelece como intermediário entre os níveis mais sutis de vibração energética, representados pela alma, e entre os níveis mais densos, representados pelo corpo físico. Esse campo áurico se espalha em degradê entre estas camadas de energia, funcionando como ponte e suporte para o contato entre a alma e o corpo físico. Dessa forma qualquer acúmulo de energia errôneo entre estas camadas do campo áurico provocado pela obstrução energética da pessoa, fluxos negativos de energia ou mesmo traumas pessoais pode provocar uma interferência entre a comunicação espírito-matéria, levando ao que conhecemos como “ desvio do caminho pessoal”.
Essas obstruções podem acontecer em vários níveis do campo áurico. A autora do livro “Mãos de Luz”, Barbara Ann Brennan, classifica o campo áurico em sete camadas, sendo a primeira a que dá forma ao corpo físico, a segunda a que representa o nosso emocional pessoal, a terceira contendo o nosso campo mental pessoal, a quarta contendo os laços que nos ligam ao mundo exterior e as outras pessoas, a quinta camada contendo o nosso emocional universal, ou seja, a nossa capacidade de amar universalmente e agir espiritualmente, a sexta camada contendo a nossa vontade divina, sendo a dita vontade que “move montanhas” e a sétima camada é o limite final entre a nossa identidade pessoal e o mundo exterior, funcionando como uma casca de ovo, nos protegendo e filtrando influências negativas advindas do universo. Cada nível áurico possui estrutura definida e intermedeia os aspectos principais ao desenvolvimento de um espírito forte e sadio, bem como a saúde física, mental e emocional da pessoa. Dessa forma é importante manter sadios estes aspectos pessoais e o corpo físico para que o aprendizado que a alma tem aquí durante a vida possa ocorrer de maneira certa e assim o espírito possa florescer e manifestar a sua luz interna.
Talvez o objetivo do nascimento físico seja dar suporte ao desenvolvimento de uma alma forte e poderosa onde as mazelas que passamos durante a vida sirvam como lições para que o espírito corrija as deficiências herdadas dos pais e dessa forma possa obter um entendimento maior do seu lugar no universo e se tornar sábio a ponto de nascer para uma nova realidade após os portões da morte. Assim, somos um ovo formado por nosso campo áurico, e nossa alma e espírito crescem e se expandem a partir do alimento que lhes damos através de nossas experiências de vida e da maneira como lidamos com nossos problemas. Ou seja, parafraseando o texto “ A carga da Deusa”: Deixe sempre haver beleza e força, poder e compaixão, honra e humildade, alegria e reverência dentro de você.
Aeryus Cernowain

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Beltane = Saudades


Beltane é igual a saudades...


saudades dos que já se foram

dos que ainda estão aquí

dos que abandonaram o caminho

das divindades esquecidas


da alegria do começo do caminho


do entusiasmo de aprender


dos bruxos que sabiam mais


de confiar cegamente

de ritualizar sem medo...




Beltane para mim é saudade disso tudo, é a nostalgia de todo o amor que compartilhei.

Nesse beltane chorei...

Chorei por aqueles que amo, e pela falta que me fazem por não estarem mais presentes mesmo ainda estando vivos.
Salvo as proporções, me sentí Morgana, só, em meio as ruinas de uma portentosa avalon...

Dancei em volta da fogueira a dança da vida... Pulei as labaredas o mais alto que pude... Coloquei em combustão os meus desejos... Soltei a alma, o homem e o animal, o submundo florescendo em alegria!!

Rito atípico... Sozinho e não sozinho... Um rito onde a presença dos que não estão mais no mesmo caminho que eu se tornou forte, estavel.

Talvez o corpo e a mente consciente estajam em outras religiões, processos.

Mas a alma, a parte que realmente importa... Ah! Essa sim, lá estava comigo!

Obrigado meus amigos, pela falta que me fazem, e por mesmo estando lonje, continuarem me acompanhando em espírito!!!

Blessed Be!!!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Serena e a Lua Cheia

Sentada com as pernas cruzadas em seu tapete no centro da sala Serena apenas via o reflexo da lua cheia entrando pela janela e se desenrolando pelo chão tal qual uma névoa prateada.

-Perfeito... - Disse ela, enquanto colocava a tigela de barro contendo água de chuva recém coletada sob os reflexos da divina Luz que acabara de surgir.

Após se sentar o mais confortavelmente possível ela finalmente encontra a Lua ali, refletida em meio ao seu próprio elemento, a água, e incidindo sobre o seu rosto como se quisesse penetrar por cada poro de seu corpo...

Calmamente, finalmente Serena se concentra, e à medida que observava os raios Divinos da Lua Cheia sendo refletidos na água, a própria Lua observava o rosto de sua filha e a ela enviava, através de seu reflexo, o despertar de sua intuição e a penetrava com seus raios luminosos e brilhantes... A aura de uma verdadeira Bruxa...

A Lua na água... A água na Lua... A lua no rosto... O rosto na Lua... O triângulo prateado de magia e luz se formava instantaneamente, ligando os três níveis de existência: O divino, o natural e o humano em um ciclo de luz feminino e divino que fluía e ressonava, saindo do cosmos encimado pela lua, fluindo e sendo repuxado pelas marés da água na taça de cristal e por fim se derramando como energia pura, cristalina, aquosa e lunar por entre as vias de energia de Serena, reverberando em seu útero e se espalhando por todo seu corpo como um manto prateado costurado por pequenas aranhas tecelãs divinas intrincando fios de raios lunares.

O ápice de energia fluida se aproximou com a chegada da Lua no meio do céu, intensificando o elo que se formara entre os mundos e num golpe de intuição Serena pegou a taça com ambas as mãos, sentindo a frieza do vidro e da água contida, e ficando de joelhos sob os raios lunares ela sorveu o líquido ali contido. A água tocou a sua língua de maneira gelada e extremamente leve, quase como se fosse névoa, circulando por entre a língua, que calmamente recebia o banho refrescante e permitia que o fluxo descesse pelo esôfago, num jorro frio e leve, que foi se expandindo por todo o corpo de Serena. Mãos, pés, peitos, rosto, cabelos, braços e pernas se viram invadidos por essa frieza e leveza que se expandia do centro de seu corpo fluindo até os locais mais recônditos de seu físico.

Derrepente todo o corpo havia sido inundado por aquela sensação de refrescância e leveza, como se estivesse suspenso no ar, pairando por entre névoas prateadas, ou mesmo flutuando calmamente sobre o oceano, entre a noite e as estrelas, prateada no manto lunar, se dissolvendo nas profundezas do oceano, ou mesmo subindo aos céus como fumaça de incenso... Incenso de dama da noite era o cheiro. E derrepente Serena se viu num campo cheio de flores brancas, uma nuvem de odores indescritíveis pairava ao seu redor. Dama da noite, Jasmim, Lírio e Lavanda flutuavam, dançando por entre os galhos das árvores e fluíam através de seu olfato levando mensagens de equilíbrio e frescor, envolvendo o seu corpo num rodamoinho de sensações olfativas quase insuportável de tão intenso...

O manto prateado da Senhora da Lua Cheia se instalara ao seu redor e sobre a sua pele, se emaranhando em seus cabelos como uma coroa de flores e descendo por sobre o seu corpo nú como um vestido longo e prateado.

Com os últimos goles da água imbuída de energia lunar Serena colocou a taça de volta no altar e finalmente abriu os olhos, observando as formas cintilantes dos móveis da sala, alteradas por sua percepção expandida que mostrava não apenas as linhas duras e geométricas da madeira escura e do vidro, mas também cada emoção ali costurada por seus donos, como uma colcha de retalhos feita por emoções e ações daqueles que ali conviveram e desprenderam aquela energia levando a formação de uma pequenina alma para cada parte daquela sala. É interessante observar como o ambiente ao nosso redor se molda ao uso que lhe damos, e como a energia desprendida pelas pessoas se impregna nos ambientes, como registros velados de todos os eventos que ali ocorreram, bastando apenas alguém mergulhar num transe a ponto de acessar essas informações para ler ali a história de vida daquele local e mergulhar em suas lembranças e fatos...

Um uivo se faz ouvir ao longe, seguido de muitos latidos caninos que puxam Serena de seu transe e a fazem cair de volta em seu corpo, ajoelhado no meio da sala, agora já perdendo um pouco a percepção daquele manto prateado e observando o fim da queima do incenso de dama da noite utilizado durante o ritual de Lua cheia, mas mantendo em sua alma as portas abertas para a intuição ali desperta e para as percepções ali sentidas.

- Nossa como já é tarde. Diz Serena ao olhar para o relógio de parede e constatar no céu que a lua já desceu quase no horizonte, perfazendo em média umas 4 horas de trabalhos mágicos.
Serena se levanta e ergue os braços, em saudação a lua cheia que desce pelo céu, ja ficando amarelada pela proximidade com o horizonte.

- Senhora das estrelas! Grande Roda de Prata que gira pelos céus! Eu lhe agradeço pela alegria deste momento sagrado, e te peço Grande Mãe, que sempre esteja ao meu lado, que nunca me abandone nos tempos difíceis, e que sempre esteja presente nos momentos de alegria, pois todos os atos de amor e prazer são rituais em vossa homenagem, e teu é o êxtase da vida e a porta que leva ao renascimento no círculo mágico. Abençoe a mim e a todos aqueles que caminham ao meu lado, hoje amanha e sempre, que assim seja e assim se faça. - Concluindo a saudação e baixando os braços paralelos ao corpo, Serena olha agradecida para a lua e agacha tocando ambas as mãos na terra, enviando o excesso de energia para que possa ser absorvida. Então se levanta e caminha até o seu quarto para uma ótima noite de sono repleta de sonhos misteriosos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Iniciação da Alma

Recentemente, na comunidade da ABRAWICCA, li um tópico falando sobre a iniciação em um coven e a auto-iniciação. A discussão era a respeito de que se uma iniciação em grupo tem mais força e poder que uma iniciação individual, e a validade das mesmas perante outros bruxos.

Isso me fez pensar sobre o processo de iniciação, dês de o seu início, até o seu ápice, com o ritual formal de iniciação. Esse processo é sempre minucioso, probatório, cheio de entraves, a fim de trabalhar o neófito como o ferreiro trabalha o metal para forjar o instrumento de seu objetivo, que no caso do neófito é o vir a se tornar bruxo.

Sempre pensamos na iniciação apenas como um momento, aquele derradeiro momento onde dentro de um circulo mágico nos dedicamos fervorosamente aos Deuses e a Arte, como devidos sacerdotes de nosso caminho, e esquecemos de observar a estrada que leva à iniciação, ou seja, tudo o que você fez, viveu e aprendeu durante esse período que vai de sua dedicação á sua iniciação na arte. O ritual de iniciação é apenas o momento onde se formaliza perante os Deuses algo que já está construído na alma do então Bruxo, é o aval de que o neófito aprendeu a pensar como um bruxo, sentir côo um bruxo, ser como um bruxo, e está apenas colocando isso à disposição do universo, para que os Deuses tomem as atitudes corretas.

A iniciação é um processo lento, vagaroso, construído tijolo por tijolo, como uma casa de alvenaria que se ergue aos poucos, e sua estabilidade vai depender do material utilizado durante a construção. Da mesma forma, a iniciação verdadeira acontece aos poucos, e os tijolos são as experiências do neófito, o que se aprende, o que se lê, se pratica... Até que o prédio esteja pronto. Só que em alguns casos, o aprendizado não foi suficiente para levar o neófito à condição de Bruxo, algumas lições não forma aprendidas, e então o prédio tende a ruir. Vemos nisso na carta da torre, no tarot, onde as forças divinas fulminam com um raio um prédio construído por mãos humanas. Assim é o processo de iniciação, de nada valerá um ritual, seja individual ou em grupo, se as lições necessárias não foram aprendidas e a pessoa não está apta espiritualmente á se tornar um Bruxo, seja nas lições ministradas por um sacerdote dentro de um grupo, seja nas lições aprendidas a todo custo pela leitura e interpretação individual.

A iniciação se dá no espírito, e não importa se a sua cerimônia foi feita em grupo ou individualmente, o que importa é se você está realmente apto a passar por esse processo, com confiança na sincronicidade do universo, e principalmente confiança nos Deuses que estão ao nosso redor, nos propiciando as lições que vão permitir que nossa alma cresça, mude e se adapte para novos conceitos, novas idéias e novas posturas.

Aeryus Cernowain

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Cio da Terra

O louvor a terra tem sido o ponto central de muitas práticas pagãs na atualidade, sendo que o mesmo é derivado de praticas ainda mais ancestrais, oriundas de cultos á mãe terra como útero divino de onde todas as coisas provêm.

A prática pagã atual, em muitas vertentes, parece ter se esquecido de que o contato com a terra e consequentemente com a natureza é o foco principal do paganismo, e que o equilíbrio entre todas as coisas, principalmente no eixo homem-natureza-divindades deveria ser o principal objetivo em nossas práticas pagãs. Um exemplo disso você mesmo pode dar, qual foi a ultima vez que realizou um ritual ao ar livre? Ou que parou para ampliar as suas percepções, expandir a própria consciência até os limites do horizonte, sentindo o céu e a terra como organismos vivos, que dependem de um equilíbrio? A maioria dos bruxos da atualidade não conhece o ciclo da terra, de semeadura e colheita, esperando o fruto madurar estação após estação, com a vivência real dos mistérios de vida, morte e renascimento que são ilustrados nos trabalhos mágicos dentro do circulo...

Ultimamente o que vemos é uma grande maioria de Bruxos que vivem exclusivamente do plástico e do metal, realizando rituais que deveriam interferir nas energias telúricas da região dentro de paredes de concreto, se isolando do ambiente externo através de grades, círculos de proteção e se iludindo através de athames e varinha finamente trabalhados por terceiros, comprados sem o mínimo de ética mágica e espiritual. A questão não é abrir mão das comodidades modernas em ascensão ao natural, mas sim dosar ambos os aspectos de maneira saudável, de forma a se ter uma vivência mágica de qualidade, com a verdadeira vivência dos mistérios da terra, e uma integração com os fluxos de vida do planeta em que vivemos.

A vivência em harmonia com as energias da terra é um ponto chave no treinamento de um bruxo. O verdadeiro contato com a terra, e a harmonia entre o campo áurico do bruxo e o campo áurico do planeta permitem ao praticante uma verdadeira sintonia com os pontos de mutação da terra, permitindo a nós entender e processar as mudanças de energia ao nosso redor e assim fazer com que possamos ajustar as malhas do destino de acordo com o que buscamos e o que é ideal para aqueles que estão ao nosso redor. Ativando esse processo de sincronicidade e harmonia com a terra, estamos aptos a enxergar de maneira sábia e responsável as influências energéticas que fazemos no ambiente ao nosso redor e como isso afeta o planeta como um todo.

Agindo assim, vivendo naturalmente e em contato direto com a natureza, seja realizando os nossos rituais ao ar livre, seja através de um retiro no campo para meditação, estamos nos permitindo entender os ciclos de mudança da terra e aprender a fazer parte disso de maneira forte, saudável e nobre.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

“João reza todos os dias a uma chaleira de porcelana que está no céu, em órbita entre a terra e marte. Ele só namora moças que também acreditam na chaleira e nunca usa camisetas verdes, pois isso é uma grande ofensa a toda-Poderosa.”

“Renato, vizinho de João, acredita que o mundo foi criado por um gigantesco monstro voador feito de espaguete. Todo mês ele se encontra com um grupo de espagueteiros para cantar musicas sobre como o monstro é bacana. Um belo dia, após o café da manhã (sem pão, pois sua religião proíbe comidas feitas com farinha), Renato veste uma camisa verde e sai pra trabalhar”

“Ao encontrar com ele, João fica muito chateado com sua roupa. Renato fica meio sem graça, afinal ele não é um seguidor da Grande Chaleira, e sim do Monstro de Espaguete. Mas promete que vai usar sua camisa verde menos vezes.......................”

É divertido observar o ponto de vista do Zoólogo Richard Dawnkins a respeito do que é religião do ponto de vista de um ateu ou mesmo de alguém com uma posição crítica a respeito do assunto. O alarmante dessa situação é observar o quanto nós, praticantes do culto da “grande chaleira”, nos incomodamos ao ver pessoas de outros cultos, ou mesmo de outras vertentes, utilizarem suas “camisas verdes” e nos irritamos e torcemos o nariz para tais hábitos.

Temos visto o surgimento de novas tradições e novas ordens dentro do Neopaganismo pautadas nos mais diversos cultos, sendo que se tornou comum ver na internet novos covens, círculos e grupos de estudo, na mais variada diversidade. E acrescente a isso o fato de começarem a surgir os sincretismos, formando bruxos/xamãs, bruxos/umbandistas, bruxos/cristãos, bruxos/hindus... Dando origem a novos cultos e novas formas de interpretar as divindades.

O ponto em questão é: Por que nos incomodamos tanto ao ver algum praticante com pontos de vista diferentes do nosso e, além de nos afastar dessas pessoas (quase todas), ainda saímos falando mal e prejulgando o culto alheio, como errado ou imaturo? Não seria tão mais fácil respeitar a diversidade e a Divindade alheia, como queremos que a nossa seja respeitada?

A palavra certa para resolver essa questão seria a tolerância, seguida pelo respeito e pela reverência. Isso não significa aceitar a forma como os outros vêem a divindade, você não precisa tentar encontrar a Deusa dentro duma mesquita Islâmica, apenas precisa entender que O principio Divino se manifesta ali para aqueles que têm aquela fé, e que isso é tão sagrado quanto o seu próprio culto.

Talvez quando nós, bruxos, aprender-mos a respeitar a diversidade, aí sim vamos conseguir viver em harmonia com os nosso semelhantes e aprender a estar cada vez mais perto das Divindades, e deixemos de lado todas estas brigas por poder e influência que vemos despontar por aí.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

A Carga da Deusa

Sempre que tiveres necessidade de algo, uma vez por mês, e melhor quando a lua está cheia deverá se reunir em um local secreto e adorar-me, a Mãe das Estrelas, virgem eterna e Rainha de toda Bruxaria. Lá irão se reunir àqueles que têm desejo de aprender meus segredos e aqueles que ainda não ganharam meus segredos mais profundos.

E sob meu olho vigilante te ensinarei aquilo que é desconhecido.

Para a glória de toda a criação cante, festeje, dance, faça música, e ame tudo em minha presença. Pois meu é o êxtase do espírito, e minha também é a alegria na terra, pois minha lei é amar todas as criaturas.

Eu suplico a você que mantenha puros os seus mais elevados ideais, que sempre os busque, que não deixe que ninguém te pare ou te desvie. Pois meu é o segredo que abre a porta da juventude, meu é o cálice da vinha da vida, e meu é o caldeirão de Cerridwen – o cálice sagrado da imortalidade.

Eu sou a graciosa Deusa que dá o presente da alegria ao coração do homem. quando se reunir em meu nome eu te darei conhecimento do espírito eterno, e após a morte eu te darei paz e liberdade, e a seu tempo união com aqueles que já se foram antes.

Ouça agora as palavras da Deusa estrela, cujo corpo engloba o universo.
Eu sou a beleza da terra verde, e a lua branca entre as estrelas, e o mistério das águas, e o desejo de todos os homens.

Eu clamo a sua alma para que se eleve e venha até mim, pois eu sou a alma de toda a natureza que dá vida ao universo. De mim procedem todas as coisas, e a mim todas as coisas devem voltar. Amada por Deuses e homens, deixe que meu divino mais profundo seja moldado no êxtase do universo, deixe meu louvor estar em seu coração, para regozijar-se,
Todos os atos de amor e prazer são meus rituais.

Assim deixe sempre haver beleza e força, poder e compaixão, honra e humildade, alegria e reverência dentro de você. A você que me procura, saiba que buscando e ansiando não lhe dará proveito, a menos que saibas o mistério. Pois aquilo a que você busca, se não encontrares dentro de você mesmo, nunca encontrarás fora.

Pois veja, eu estou com você dês de o princípio, e eu sou aquele a quem se chega no final do desejo. Lembre-se disso, pois iluminará o caminho, e te levará até teu mais sagrado de todos os mistérios.