quinta-feira, 23 de agosto de 2007

SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

“João reza todos os dias a uma chaleira de porcelana que está no céu, em órbita entre a terra e marte. Ele só namora moças que também acreditam na chaleira e nunca usa camisetas verdes, pois isso é uma grande ofensa a toda-Poderosa.”

“Renato, vizinho de João, acredita que o mundo foi criado por um gigantesco monstro voador feito de espaguete. Todo mês ele se encontra com um grupo de espagueteiros para cantar musicas sobre como o monstro é bacana. Um belo dia, após o café da manhã (sem pão, pois sua religião proíbe comidas feitas com farinha), Renato veste uma camisa verde e sai pra trabalhar”

“Ao encontrar com ele, João fica muito chateado com sua roupa. Renato fica meio sem graça, afinal ele não é um seguidor da Grande Chaleira, e sim do Monstro de Espaguete. Mas promete que vai usar sua camisa verde menos vezes.......................”

É divertido observar o ponto de vista do Zoólogo Richard Dawnkins a respeito do que é religião do ponto de vista de um ateu ou mesmo de alguém com uma posição crítica a respeito do assunto. O alarmante dessa situação é observar o quanto nós, praticantes do culto da “grande chaleira”, nos incomodamos ao ver pessoas de outros cultos, ou mesmo de outras vertentes, utilizarem suas “camisas verdes” e nos irritamos e torcemos o nariz para tais hábitos.

Temos visto o surgimento de novas tradições e novas ordens dentro do Neopaganismo pautadas nos mais diversos cultos, sendo que se tornou comum ver na internet novos covens, círculos e grupos de estudo, na mais variada diversidade. E acrescente a isso o fato de começarem a surgir os sincretismos, formando bruxos/xamãs, bruxos/umbandistas, bruxos/cristãos, bruxos/hindus... Dando origem a novos cultos e novas formas de interpretar as divindades.

O ponto em questão é: Por que nos incomodamos tanto ao ver algum praticante com pontos de vista diferentes do nosso e, além de nos afastar dessas pessoas (quase todas), ainda saímos falando mal e prejulgando o culto alheio, como errado ou imaturo? Não seria tão mais fácil respeitar a diversidade e a Divindade alheia, como queremos que a nossa seja respeitada?

A palavra certa para resolver essa questão seria a tolerância, seguida pelo respeito e pela reverência. Isso não significa aceitar a forma como os outros vêem a divindade, você não precisa tentar encontrar a Deusa dentro duma mesquita Islâmica, apenas precisa entender que O principio Divino se manifesta ali para aqueles que têm aquela fé, e que isso é tão sagrado quanto o seu próprio culto.

Talvez quando nós, bruxos, aprender-mos a respeitar a diversidade, aí sim vamos conseguir viver em harmonia com os nosso semelhantes e aprender a estar cada vez mais perto das Divindades, e deixemos de lado todas estas brigas por poder e influência que vemos despontar por aí.

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