quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Cio da Terra

O louvor a terra tem sido o ponto central de muitas práticas pagãs na atualidade, sendo que o mesmo é derivado de praticas ainda mais ancestrais, oriundas de cultos á mãe terra como útero divino de onde todas as coisas provêm.

A prática pagã atual, em muitas vertentes, parece ter se esquecido de que o contato com a terra e consequentemente com a natureza é o foco principal do paganismo, e que o equilíbrio entre todas as coisas, principalmente no eixo homem-natureza-divindades deveria ser o principal objetivo em nossas práticas pagãs. Um exemplo disso você mesmo pode dar, qual foi a ultima vez que realizou um ritual ao ar livre? Ou que parou para ampliar as suas percepções, expandir a própria consciência até os limites do horizonte, sentindo o céu e a terra como organismos vivos, que dependem de um equilíbrio? A maioria dos bruxos da atualidade não conhece o ciclo da terra, de semeadura e colheita, esperando o fruto madurar estação após estação, com a vivência real dos mistérios de vida, morte e renascimento que são ilustrados nos trabalhos mágicos dentro do circulo...

Ultimamente o que vemos é uma grande maioria de Bruxos que vivem exclusivamente do plástico e do metal, realizando rituais que deveriam interferir nas energias telúricas da região dentro de paredes de concreto, se isolando do ambiente externo através de grades, círculos de proteção e se iludindo através de athames e varinha finamente trabalhados por terceiros, comprados sem o mínimo de ética mágica e espiritual. A questão não é abrir mão das comodidades modernas em ascensão ao natural, mas sim dosar ambos os aspectos de maneira saudável, de forma a se ter uma vivência mágica de qualidade, com a verdadeira vivência dos mistérios da terra, e uma integração com os fluxos de vida do planeta em que vivemos.

A vivência em harmonia com as energias da terra é um ponto chave no treinamento de um bruxo. O verdadeiro contato com a terra, e a harmonia entre o campo áurico do bruxo e o campo áurico do planeta permitem ao praticante uma verdadeira sintonia com os pontos de mutação da terra, permitindo a nós entender e processar as mudanças de energia ao nosso redor e assim fazer com que possamos ajustar as malhas do destino de acordo com o que buscamos e o que é ideal para aqueles que estão ao nosso redor. Ativando esse processo de sincronicidade e harmonia com a terra, estamos aptos a enxergar de maneira sábia e responsável as influências energéticas que fazemos no ambiente ao nosso redor e como isso afeta o planeta como um todo.

Agindo assim, vivendo naturalmente e em contato direto com a natureza, seja realizando os nossos rituais ao ar livre, seja através de um retiro no campo para meditação, estamos nos permitindo entender os ciclos de mudança da terra e aprender a fazer parte disso de maneira forte, saudável e nobre.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

“João reza todos os dias a uma chaleira de porcelana que está no céu, em órbita entre a terra e marte. Ele só namora moças que também acreditam na chaleira e nunca usa camisetas verdes, pois isso é uma grande ofensa a toda-Poderosa.”

“Renato, vizinho de João, acredita que o mundo foi criado por um gigantesco monstro voador feito de espaguete. Todo mês ele se encontra com um grupo de espagueteiros para cantar musicas sobre como o monstro é bacana. Um belo dia, após o café da manhã (sem pão, pois sua religião proíbe comidas feitas com farinha), Renato veste uma camisa verde e sai pra trabalhar”

“Ao encontrar com ele, João fica muito chateado com sua roupa. Renato fica meio sem graça, afinal ele não é um seguidor da Grande Chaleira, e sim do Monstro de Espaguete. Mas promete que vai usar sua camisa verde menos vezes.......................”

É divertido observar o ponto de vista do Zoólogo Richard Dawnkins a respeito do que é religião do ponto de vista de um ateu ou mesmo de alguém com uma posição crítica a respeito do assunto. O alarmante dessa situação é observar o quanto nós, praticantes do culto da “grande chaleira”, nos incomodamos ao ver pessoas de outros cultos, ou mesmo de outras vertentes, utilizarem suas “camisas verdes” e nos irritamos e torcemos o nariz para tais hábitos.

Temos visto o surgimento de novas tradições e novas ordens dentro do Neopaganismo pautadas nos mais diversos cultos, sendo que se tornou comum ver na internet novos covens, círculos e grupos de estudo, na mais variada diversidade. E acrescente a isso o fato de começarem a surgir os sincretismos, formando bruxos/xamãs, bruxos/umbandistas, bruxos/cristãos, bruxos/hindus... Dando origem a novos cultos e novas formas de interpretar as divindades.

O ponto em questão é: Por que nos incomodamos tanto ao ver algum praticante com pontos de vista diferentes do nosso e, além de nos afastar dessas pessoas (quase todas), ainda saímos falando mal e prejulgando o culto alheio, como errado ou imaturo? Não seria tão mais fácil respeitar a diversidade e a Divindade alheia, como queremos que a nossa seja respeitada?

A palavra certa para resolver essa questão seria a tolerância, seguida pelo respeito e pela reverência. Isso não significa aceitar a forma como os outros vêem a divindade, você não precisa tentar encontrar a Deusa dentro duma mesquita Islâmica, apenas precisa entender que O principio Divino se manifesta ali para aqueles que têm aquela fé, e que isso é tão sagrado quanto o seu próprio culto.

Talvez quando nós, bruxos, aprender-mos a respeitar a diversidade, aí sim vamos conseguir viver em harmonia com os nosso semelhantes e aprender a estar cada vez mais perto das Divindades, e deixemos de lado todas estas brigas por poder e influência que vemos despontar por aí.